O crediário das Casas Bahia é frequentemente associado à própria loja, já que a empresa se tornou uma referência em compras de eletrodomésticos graças à oferta de um método eficiente para parcelamento das compras. Nesse sentido, o famoso Carnê das Casas Bahia se tornou uma marca registrada da empresa, tornando-se sinônimo de facilidade e praticidade para os consumidores que desejam adquirir produtos de alta qualidade.
O Crediário das Casas Bahia
Apesar das grandes transformações que o país passava na década de 1950, o acesso ao sistema bancário era muito restrito, o que tornava as compras à vista a única opção para a aquisição de bens duráveis. Isso mudou quando surgiu a Casas Bahia em 1952, na cidade de São Caetano do Sul. Fundada pelo imigrante polonês Samuel Klein como uma pequena loja de cobertores para trabalhadores migrantes do nordeste que trabalhavam na indústria automobilística brasileira.
A Casas Bahia foi pioneira em perceber o potencial do crediário como uma forma de alavancar suas vendas, atraindo trabalhadores formais e informais que não tinham renda suficiente para pagar à vista produtos de alto valor unitário, como móveis e eletrodomésticos.
Na época, muitas pessoas não tinham acesso ao crédito bancário, o que tornava o crediário uma opção atraente para esses consumidores. Até a década de 1960, 61% dos domicílios tinham fogão a lenha e somente 18% possuíam fogão a gás, o que indica que havia um grande potencial de vendas para novos consumidores que buscavam formas de pagamento acessíveis.
Para compreender o significado do crediário, é fundamental entender o potencial de consumo das camadas de baixa renda no Brasil. Ao longo das décadas, houve uma mudança significativa da população predominantemente rural para a urbana, com a parcela de população urbana passando de 31,2% em 1940 para 67,6% em 1980.
Nesse contexto, o crediário surgiu como uma forma de atender às demandas específicas do amplo segmento das classes baixas, especialmente o trabalhador informal urbano.
O carnê das Casas Bahia, por exemplo, teve um papel importante na popularização de bens de consumo como eletrodomésticos, eletroportáteis e móveis, contribuindo para o crescimento da indústria nacional.
A possibilidade de parcelar as compras permitiu que esses consumidores tivessem acesso a produtos de alto valor unitário, que antes só eram acessíveis às classes mais abastadas. Assim, o crediário se tornou um instrumento fundamental para a inclusão financeira e social dessas camadas da população.
O Carnê Digital e a reinvenção do Crediário Casas Bahia
Nos últimos anos, o carnê perdeu um pouco de sua relevância entre as novas gerações, em parte devido ao processo demorado e burocrático de aprovação, bem como ao maior acesso ao cartão de crédito e outros meios bancários. No entanto, ainda há uma parcela de consumidores fiéis ao uso do carnê, especialmente em áreas com menor acesso à digitalização.
Apesar dessa tendência, as Casas Bahia ainda utilizam o carnê como parte fundamental de sua estratégia de vendas e faturamento. Na verdade, o carnê ainda é responsável por cerca de 33% das compras feitas em suas lojas. Isso mostra que o carnê ainda é uma opção atraente para muitos consumidores, especialmente aqueles que não têm acesso a outros meios de crédito. Como tal, parece que o carnê ainda terá um papel importante a desempenhar no mercado de varejo brasileiro por algum tempo.
A Casas Bahia, mesmo buscando se adaptar às novas tecnologias e às mudanças do mercado, mantém a tradição de oferecer opções de pagamento acessíveis e que atendam às necessidades de seus clientes, como o Carnê Digital. Com essa nova opção, a empresa espera manter sua posição de destaque no mercado de varejo e continuar atraindo consumidores de todas as classes sociais.
Mas, o que é o crediário?
O crediário é uma forma de financiamento de bens e serviços em que as parcelas são fixas e incluem juros e correção monetária. O consumidor pode sair do estabelecimento sabendo exatamente quanto terá que pagar e quando cada parcela vencerá.
O crediário é parte do sistema conhecido como CDC – Crédito Direto ao Consumidor, e pode ser oferecido por bancos, instituições financeiras ou diretamente por uma loja, como o famoso carnê. Para a liberação do crédito, é necessária uma análise de crédito, como em qualquer tipo de financiamento direto ao consumidor.
Cada instituição financeira ou loja pode ter procedimentos diferentes para a solicitação do crediário.
No geral, para solicitar um crediário, é necessário comparecer a uma das instituições financeiras ou lojas, apresentando cópias e originais dos seguintes documentos: documento original de identificação com foto (RG ou CNH), Cadastro da Pessoa Física (CPF), comprovante de renda, contatos telefônicos de referência pessoal, referências profissionais e comprovante de endereço, que pode ser uma conta de luz, telefone, água, contrato de aluguel ou similar que comprove um endereço fixo.
Além das análises tradicionais, as lojas podem utilizar o Cadastro Positivo, que registra todo o histórico de pagamentos de contas, crediários e financiamentos, incluindo contas pagas em dia, contas em atraso e contas em aberto, entre outras informações. Esse histórico é transformado em um sistema de pontuação ou score.
Quanto maior for o score do Cadastro Positivo, maior será a possibilidade de acesso a taxas de juros diferenciadas, planos de pagamento exclusivos e facilidade na obtenção de empréstimos.